Em Marraquexe tudo mexe,
mas é no deserto que encho-me de vazio
e transbordo
deixando a alma vaguear
através das dunas, pelos ventos nómadas,
onde o Sol é macho e a lua é fémea.
E às grandes alturas do Atlas subi
para me sentir pequeno, e senti,
e li versos de poetas cristãos árabes
versos que se inflamam à passagem dos olhos,
ao toque das mãos,
e em combustão
espalham as cinzas na paisagem, no coração.